Pesquisa aponta que 56% dos filhos pretendem comprar presente no Dia dos Pais
O levantamento foi feito pela consultoria Pollis Estratégia, em parceria com a Unijorge.
O Dia dos Pais terá uma emoção diferente este ano em meio à pandemia do novo coronavírus. Principalmente para o comércio, já que a data coincide com a primeira fase da retomada das atividades econômicas em Salvador e com a possibilidade da segunda fase também entrar em vigor, o que permite ao soteropolitano uma maior interação com o mercado local. De acordo com pesquisa feita pela empresa de consultoria Pollis Estratégia, em parceria com a Unijorge, 30% dos filhos passarão esse dia com os pais e 56% irão presenteá-los.
Os papais não estão muito interessados em presentes caros, preferem lembrancinhas, como fotos ou mesmo almoço ou jantar feitos em casa. A sondagem indica que os filhos pretendem gastar, em média, R$ 70 para comprar o presente dos papais. A pesquisa foi realizada por meio eletrônico entre os dias 24 e 27 de julho e contou com a participação de 150 entrevistados.
O professor de Estratégia e coordenador do curso de Administração da Unijorge, Constantino Oliveira, ressalta que a pandemia tem feito mudanças nos hábitos dos consumidores. “As empresas devem se preparar para um cliente que vem mudando e se adaptando a novos formatos de venda. Mesmo com a abertura de forma seletiva, por parte do comércio nessa primeira fase em Salvador, ainda assim os clientes vêm se adaptando às compras online”, destaca.
O levantamento mostra que as compras pela Internet deverão representar 38% do volume total. Já as compras realizadas em lojas de bairro correspondem a 22%, e as realizadas no mercado informal com vizinhos ou conhecidos, devem chegar a 15%. Apenas 11% dos filhos que darão presentes deverão comprar nos shoppings da cidade.
De acordo com a estatística responsável pela pesquisa da Pollis Estratégia e vice-presidente do Conselho Regional de Estatística da 5ª Região (CONRE 5), Caroena Alves, a sondagem revela mudanças sutis na sociedade, que ainda está temerosa com a Covid-19. “Tais mudanças podem ser percebidas com a redução instantânea de compras realizadas pela internet, através de aplicativos, assim como o aumento e a retomada das compras em lojas do bairro, onde o consumidor se sente menos exposto do que dentro dos shoppings centers”, ressalta.
Ainda segundo Caroena Alves, “a retomada da economia local, está ocorrendo em doses homeopáticas, mas já demonstra uma esperança de um retorno com mais força ao longo das próximas semanas”.
Novos hábitos - Com a pandemia da Covid-19 e a necessidade do distanciamento social, a interação de consumo já apresentou mudanças em relação ao Dia das Mães e ao Dia dos Namorados, quando boa parte dos shoppings e comércio de rua estavam proibidos de funcionar. Quase 50% das compras realizadas nessas duas datas foram feitas pela Internet, através de aplicativos e os principais presentes ofertados e desejados foram jantares em casa.
O professor Constantino Oliveira lembra que historicamente as vendas no Dia dos Pais, apesar de gerarem um acréscimo importante para o varejo, ainda ficam distantes do volume gerado pelo Dia das Mães, segunda melhor data para o comércio, perdendo apenas para o Natal. “Culturalmente, existe um distanciamento maior nas relações paternas se comparado com as relações maternas. Além disso, outras pessoas podem assumir a relação paterna ou de apadrinhamento na família, como tios, avós e amigos, com a quantidade maior de pessoas sem o pai”, ressalta.