Falta de acessibilidade compromete direito ao voto na Escola Municipal Clériston Andrade.
Cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida enfrentam escadarias em escola de três andares; elevador inoperante gera indignação e expõe falhas estruturais durante o dia de votação.
A cena presenciada na Escola Municipal Clériston Andrade, localizada em Salvador, foi de total despreparo e falta de organização no que diz respeito à acessibilidade para pessoas com deficiência. Durante o dia de votação, cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, incluindo aquelas que usam muletas, foram forçadas a subir degraus dos três andares da escola, já que o único elevador presente no local não estava sendo operado. A situação gerou revolta entre eleitores e ativistas pela inclusão, que classificam o ocorrido como um grave desrespeito ao direito de votar com dignidade.
O episódio, lamentavelmente, evidencia a negligência do poder público com a acessibilidade em locais de votação. Em pleno século XXI, em um país que luta pela inclusão e igualdade de direitos, essa falta de preparo é inaceitável. A Constituição garante que todos os cidadãos devem ter condições de exercer seu direito ao voto, independentemente de suas limitações físicas, mas essa realidade está distante do que foi visto hoje na Clériston Andrade. A ausência de acessibilidade adequada é não apenas uma falha estrutural, mas também uma violação dos direitos dos cidadãos com deficiência.
As dificuldades enfrentadas pelos eleitores cadeirantes e com mobilidade reduzida neste pleito deixam um alerta claro para as autoridades eleitorais e governamentais: é preciso agir com seriedade para garantir que as próximas eleições não repitam esses erros. A Justiça Eleitoral, que tem a responsabilidade de assegurar o exercício pleno do voto, precisa implementar soluções efetivas que facilitem a vida de quem, mesmo com dificuldades físicas, quer exercer seu direito democrático.
É imprescindível que, nas próximas eleições, a acessibilidade seja tratada com prioridade. Desde a manutenção de elevadores até a disponibilização de urnas em locais acessíveis, todas as medidas devem ser adotadas para que nenhum cidadão seja impedido de participar do processo eleitoral por conta de barreiras arquitetônicas. A situação vivida hoje na Escola Clériston Andrade exige respostas e soluções urgentes, tanto da Justiça Eleitoral quanto dos governantes responsáveis pela infraestrutura das escolas públicas.
Se queremos uma sociedade mais inclusiva e justa, devemos começar garantindo que todos, sem exceção, possam exercer seu direito ao voto de maneira digna e acessível.