Cira do Acarajé nos deixou na manhã de hoje, 04 de dezembro.
A famosa e premiada baiana de acarajé faleceu na manhã desta sexta-feira.
A baiana estava internada há 18 dias no hospital São Rafael, em São Marcos.
Jaciara de Jesus, 70 anos, conhecida como Cira ganhou prêmios em diversos estados do Brasil por sua história e seus quitutes.
Segundo declaração da filha de Cira, ao G1, a quitutera foi internada com sintomas de problemas renais. Em abril, Cira teve COVID-19, mas não teve sintomas graves.
Cira deixa um legado na cultura baiana, como uma das baianas de acarajé mais famosas de Salvador. Com quiosques em Piatã, Itapuã e Rio Vermelho, Cira atuava há 50 anos fazendo a famosa "bolinha de fogo", comida originária da África, conhecida como acará.
O enterro vai sem no bairro de Itapuã mesmo, onde Cira morou e tinha pedido a filha que quando morresse, fosse velada e enterrada no bairro que tanto amou em Salvador.
Acarajé e os tabuleiros.
O acarajé é um alimento sagrado, oferecido a Oyá, também conhecida como Iansã. O acará veio parar no Brasil através dos escravos africanos iorubás.
Como eram as mulheres negras que dominavam as cozinhas, não demorou para que essa e outras receitas africanas começassem a ser conhecidas e admiradas nas mesas brasileiras, conta Luís da Câmara Cascudo em seu livro A cozinha africana no Brasil.
No Brasil colonial, acarajés, abarás e carurus, entre outros pratos, eram vendidos nas ruas em tabuleiros que as escravas de ganho equilibravam sobre suas cabeças, enquanto iam cantando pregões para atrair a freguesia.