Júlio Lopes, jogador que atua em Portugual e ex morador do Colina Azul.
Juninho, como é conhecido, foi morador do Colina Azul e nos contou como foi o período de isolamento social na Europa.
Juninho mora na cidade de Coimbra, em Portugal e joga profissionalmente no time Acadêmica de Coimbra.
Portal Pau da Lima: Conte um pouco da história de quem é Júlio Lopes e sua relação com Pau da Lima.
Juninho: Meu nome é Júlio Cézar da Silva Lopes Júnior, mais conhecido como Juninho, tenho 22 anos, nascido e criado em Salvador, Bahia para ser mais específico, em Colina Azul/Pau da Lima, sou jogador de futebol e atualmente vivo em Portugal. Tive passagem por alguns clubes no Brasil e como todo menino sonhador, almejava jogar em clubes de fora, graças a Deus e a muito trabalho tive a oportunidade de vim jogar na Europa.
Nunca escondi o orgulho que tenho de onde nasci e cresci, sempre levarei o nome do "meu" bairro aonde quer que eu esteja! Tenho muitas lembranças boas do lugar de onde eu vim, e por mais confuso que seja, onde passava todo o meu tempo era na pracinha do Colina Azul batendo o velho "baba" com os amigos, lugar onde, hoje graças ao belo trabalho da prefeitura e envolvidos, foi reformado e deu um novo ar ao bairro.
Portal Pau da Lima: Como foi o período de isolamento social aí em Portugal?
Juninho: Sobre o isolamento social aqui em Portugal, para mim foi muito confuso. No início, em março, era aquela teimosia e desconfiança de que era mais um desses vírus que estão espalhados no mundo que apareciam e em dias sumiam, mas foi totalmente diferente do que eu imaginei. Quando começaram a parecer os primeiros casos nos países mais próximos daqui (Suíça, Alemanha, Espanha, etc.), rapidamente os governantes tomaram medidas de proteções radicais. As fronteiras se fecharam, assim como aeroportos e muitas das empresas mandaram os seus funcionários para casa em teletrabalho, e no ramo dos transportes públicos, continuaram a funcionar, mas com frota e horários reduzidos.
Portal Pau da Lima: Na sua opinião, o que foi indispensável para que Portugal saísse do isolamento social?
Juninho: Na minha opinião o mais indispensável para que nós saíssemos dessa situação foi a conscientização das pessoas, pelo menos onde eu vivo. Senti que todos no geral respeitaram as medidas impostas pelo governo, bem como, o distanciamento social quando tinham que sair a rua. A cidade, antes super movimentada por estudantes, turistas e festas noturnas, passou a ser uma cidade "fantasma" pois as pessoas não quiseram "pagar pra ver". E até hoje, com o país praticamente normalizado, as pessoas continuam mantendo as medidas de proteção em shoppings, restaurantes e transportes públicos.
Portal Pau da Lima: Vamos falar de esporte. Você que joga profissionalmente aí, os treinamentos e partidas já retornaram a rotina normal?
Juninho: Sobre os treinamentos, só retornaram as competições equipes da 1º divisão (sem público), as demais divisões tiveram a temporada interrompida no meado de março. A equipe em que eu estava, suspendeu as atividades, e não tinham previsão de regresso. Foi triste por um lado ver todo o trabalho de uma temporada ser "jogado fora" e não poder fazer o que eu mais gosto por meses. Mas, nada melhor do que ter a consciência tranquila de que ajudou de alguma forma para que o vírus não se propagasse.
Portal Pau da Lima: Aqui no Brasil, dizem que o principal vilão para que o COVID-19 se espalhasse é o comportamento das pessoas. Ai em Portugal, qual foi o vilão?
Juninho: Para mim, o principal vilão para que o COVID 19 se espalhasse no país foram as próprias pessoas (inclusive eu), não terem a real noção da gravidade que o vírus poderia causar em nossas vidas. Por exemplo, nos primeiros dias quando surgiram as notícias e casos, as pessoas continuavam a levar a vida como se tivesse tudo normal, nomeadamente quando se dirigiam aos espaços públicos onde não se protegiam a elas próprias. E com isso, o vírus foi se espalhando e acredito que muitas pessoas foram infectadas e infectaram outras pessoas sem ter a consciência de que tinha pegado o vírus.