Reeleito para aumentar impostos? Com 36 aliados na Câmara, Bruno Reis terá caminho livre para aprovar aumento do IPTU, ISS e mais Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP).
Sem oposição real, Salvador pode enfrentar reajustes que passam sem resistência e afetam a população em um momento de dificuldades econômicas.
Com 36 dos 43 vereadores de Salvador alinhados ao prefeito Bruno Reis (União Brasil), a Câmara Municipal começa o próximo ano praticamente sem oposição, abrindo caminho para que decisões do Executivo, como o aumento do IPTU, sejam aprovadas sem obstáculos. O projeto de reajuste no imposto, recém-enviado por Bruno Reis, propõe elevação dos valores de IPTU, TFF e outras taxas municipais. A falta de oposição, em um cenário tão sensível economicamente, levanta questionamentos sobre a independência do Legislativo e o impacto das novas tarifas para a população e empresários locais.
A medida do aumento do IPTU e outras taxas vem sem uma consulta ampla à sociedade ou diálogo com setores impactados. Esse reajuste, justificado pelo prefeito como necessário para acompanhar a inflação, pode pesar ainda mais no orçamento familiar e empresarial, justamente em um momento de desaceleração econômica. Salvador, com uma população que sofre com a alta dos preços e a perda do poder de compra, agora se vê diante da possibilidade de ter aumentos impostos de maneira praticamente automática, com pouco ou nenhum debate.
Bruno Reis, reeleito em 2024 com 78,67% dos votos, agora enfrenta o dilema de manter ou romper com o discurso de “compromisso com o povo”. Seria esse aumento de impostos algo previsto em seu plano de governo? A população que votou nele esperava um mandato que priorizasse o alívio econômico, e não mais encargos. Tal postura coloca em dúvida as promessas feitas durante sua campanha e se o aumento de impostos estava, de fato, nos planos para o segundo mandato.
A aprovação de medidas que afetam profundamente o bolso do cidadão passa a depender de uma bancada que, com 36 vereadores aliados, dificilmente oferecerá resistência às iniciativas do prefeito. A cidade de Salvador precisa, mais do que nunca, de representantes que cobrem explicações, cronogramas e garantias de que qualquer reajuste tenha base real de necessidade e transparência.