Avaliação de Betão da Vila sobre as eleições de 2024: Cenário político em Salvador e projeção para o futuro.

Consultor político analisa desempenho dos candidatos e o impacto das eleições para o futuro da cidade e da Câmara de Vereadores.

Avaliação de Betão da Vila sobre as eleições de 2024: Cenário político em Salvador e projeção para o futuro.
Foto: Jackson Monteiro / Portal Pau da Lima

As eleições municipais de 2024, realizadas em Salvador no último dia 6 de outubro, trouxeram à tona uma série de questões relevantes sobre o atual cenário político da capital baiana. Para Betão da Vila, ex-candidato a vereador e consultor político, o pleito deixou claro que alguns formatos de candidatura, como os mandatos coletivos, ainda não conseguiram firmar raízes sólidas entre o eleitorado. “Isso ficou provado com o fracasso da reeleição das Pretas de Salvador e de outros grupos que se coligaram. O eleitor tende a preferir votar em um nome que ele confia, e a transferência de voto não tem surtido o efeito desejado”, avalia Betão.

Outro ponto crucial, segundo Betão da Vila, foi a consolidação de uma maioria governista na Câmara de Vereadores, refletindo a quase ausência de oposição na cidade. Essa concentração de apoio ao prefeito eleito levanta dúvidas sobre o equilíbrio político da capital. “Isso não é positivo para o processo democrático, mas abre caminho para que bons projetos avancem sem muita resistência”, pondera o consultor. Ele destaca que esse cenário coloca uma grande responsabilidade sobre a gestão municipal, que deve aproveitar essa base para implementar projetos significativos.

A eleição também mostrou que os candidatos mais conhecidos, com acesso a maiores recursos de campanha, saíram em vantagem. Betão acredita que a redução no número de concorrentes e a falta de condições igualitárias no processo eleitoral favoreceram candidatos que já estavam mais estabelecidos. “Alguns dobraram ou até triplicaram sua votação em comparação à eleição passada, seja por resultados concretos ou pela disparidade financeira. Isso reforça o desequilíbrio no processo”, observa.

No entanto, nem todas as figuras tradicionais da política soteropolitana conseguiram se reeleger. Nomes como Sandro Baiense, Átila do Congo, Alfredo Mangueira, Toinho Carolino, Luís Carlos Suíca, Hélio Ferreira e Joceval Rodrigues, ficaram de fora, enquanto a eleição de Hamilton Assis foi celebrada. Hamilton, nascido e criado em São Marcos, representa uma vitória para as comunidades de Pau da Lima e São Marcos. “É um exemplo de como a luta de base pode ser reconhecida, mesmo em um cenário adverso”, pontua Betão da Vila. A eleição de Hamilton é vista como uma esperança para a comunidade de São Marcos, que agora terá uma voz ativa dentro da Câmara de Vereadores.

No campo da eleição majoritária, o racha na esquerda baiana mais uma vez custou caro. Para Betão, a falta de consenso em torno de um nome forte, como Geraldo Júnior, abriu espaço para a vitória do candidato governista. “O fracasso do PT em unir forças é claro, e o terceiro lugar de Geraldo reflete isso. A surpresa foi a ascensão de Kleber Rosa, que chegou ao segundo lugar, mas a divisão na esquerda selou o destino da eleição”, analisa Betão, reforçando a importância das articulações políticas nos bastidores.

E você, leitor, o que espera das mudanças na Câmara de Vereadores e da Prefeitura de Salvador em 2025?