Desafeto ou perseguição? A verdade por trás do novo 'Kannário' que surgiu no pagode.

Igor Kannário mostra maturidade enquanto polêmica envolvendo uso indevido de seu nome artístico revela bastidores tensos com ex-produtores

Desafeto ou perseguição? A verdade por trás do novo 'Kannário' que surgiu no pagode.
Foto: Reprodução Instagram

Por trás do recente embate jurídico que movimenta os bastidores da música baiana, um detalhe chama a atenção: o silêncio de Igor Kannário. O cantor, um dos maiores representantes do pagode da Bahia, optou por não se manifestar publicamente sobre a ação judicial que move contra o artista Izac Bruno Coni Silva, o “Zau Kannário”, e duas produtoras responsáveis por sua carreira: a Crow Produções e a Hills Produções. A opção de não alimentar polêmicas mostra uma faceta cada vez mais madura e profissional do “Príncipe do Gueto”, que deixa a condução do caso nas mãos de sua assessoria jurídica.

A ação, movida na Vara Empresarial de Salvador, cobra o uso indevido do nome artístico “Kannário”, registrado oficialmente por Igor desde 2016. Segundo a defesa, o uso por parte do novo cantor e das produtoras está gerando confusão no público e prejudicando a reputação de um artista cuja trajetória é marcada por superação e carisma.

A presença de ex-integrantes da banda de Kannário na nova formação do chamado “Filho do Príncipe”, somada ao envolvimento direto das produtoras que já gerenciaram a carreira do artista original, levanta questionamentos sobre o real objetivo da movimentação. Seria um tributo ou uma estratégia para capitalizar sobre um nome já consagrado e querido pelo povo?

Sem ataques diretos, mas com firmeza, a defesa de Igor pede não apenas a proibição do uso do nome, mas também a remoção de conteúdos nas redes sociais e plataformas digitais que reforçam a confusão — com multa prevista de até R$ 10 mil em caso de descumprimento.

O Príncipe do Gueto e o carinho do povo

Enquanto isso, Igor Kannário segue onde sempre esteve: nos palcos, nos becos, nas ruas, sendo ovacionado pelo povo que o viu nascer artisticamente. O cantor, que começou como baterista aos 8 anos e se transformou num fenômeno das camadas populares da Bahia, arrasta multidões por onde passa. Em seus próprios relatos, ele se descreve como alguém de “caráter e personalidade forte”, que nunca se deixou abalar, mesmo diante de dificuldades e julgamentos.

“Todo mundo pensa que sou um personagem, mas sou eu mesmo. Sou um cara simples... otimista. Tive tudo pra desistir, mas nunca deixei nada me abalar”, disse em entrevista. Essas palavras refletem bem o momento atual: ao invés de polêmicas, ele escolheu a serenidade. E talvez seja isso que mais incomoda.

Coincidência demais para ser ignorada

A presença das produtoras Crow e Hills, duas ex-parceiras da carreira de Igor, na construção da figura de Zau Kannário, levanta uma reflexão inevitável: seria o “Filho do Príncipe” apenas um novo talento ou o rosto escolhido para um projeto de desgaste da imagem de Kannário original?

A pergunta fica no ar, enquanto os holofotes se voltam para um artista que preferiu seguir trabalhando e confiando na Justiça, ao invés de responder com ruído. A postura madura de Igor Kannário transforma a narrativa e revela o homem por trás do ídolo: alguém que, com os pés fincados na comunidade, segue firme, respeitando sua trajetória, sua marca e, acima de tudo, o seu povo.